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terça-feira, fevereiro 07, 2006

“RATOS, RAPOSAS E ALUNOS ABSTÊNIOS”

Corsino Aliste Mezquita
RAPOSAS
“Desta vez, respondeu Sansão, no se me poderá censurar o mal que farei aos filisteus”.
“Ele se foi, apanhou trezentas raposas, e, tomando tochas, prendeu as raposas duas a duas, pelas caudas, e atou, entre as duas caudas, uma tocha. Pôs-lhe fogo e solto-as nas cearas dos filisteus. Incendiou assim tanto o trigo que estava enfeixado como o que estava ainda de pé, queimando até mesmo as vinhas e os olivais.” (Juízes 15, 3-6).
A veracidade factual, das façanhas do Super-Homem Sansão, são igualmente verossímeis que o número de ratos da Av. Iperoig. Pretendiam lições pedagógicas e não registros estatísticos para a história. O número dos ratos e das raposas não merece credibilidade.

ALUNOS ABSTÊNIOS
Para o elaborador do famoso relatório da auditoria da merenda, com base no acontecido no ano de 2004, foram alunos abstênios naquele ano os que não comeram merenda nenhum dos duzentos dias de aula. Segundo ele nada menos que 45,53% ou quase metade. Quem os contaria para ele? Seria o mesmo que contou os ratos da Av. Iperoig e as raposas de Sansão? Essa é a honestidade de nossos homens públicos!. Assim se fazem relatórios para justificar preços, licitações e cortes de amendoeiras!
Lendo o relatório do Sr. Olavo Egídio Ozzetti sobre a suposta auditória feita nos gastos, com Merenda Escolar, em 2004, sem aqui ter estado, sem ter visitado uma única escola, acrescentando aos dados contabilizados na Seção de Merenda outros gastos que nem de longe aconteceram, não consegui deixar de lembrar os Ratos da Av. Iperoig e as Raposas de Sansão. Ambos animais são predadores de alimentos e as afinidades, com a terceirização da merenda, não podem ser afastadas.

Vamos ao Relatório:

GASTOS CONTABILIZADOS NA SEÇÃO DE MERENDA EM 2004.
Foram os gastos totais e únicos com alimentos, gás, combustível, uniformes, padaria: R$ 1.617.766,79 (um milhão e seiscentos e dezessete mil e setecentos e sessenta e seis reais e setenta e nove centavos). Nenhum outro gasto foi contabilizado na Seção de Merenda, em 2004. Com essa importância foram distribuídas 4.600.000 (quatro milhões e seiscentas mil) merendas a um custo, aproximado, de R$ 0,35 (trinta e cinco centavos). Não teve outros gastos praticados e contabilizados com merenda. As despesas com material de limpeza, recursos humanos, luz, água, telefone, segurança etc. foram gastos de manutenção das escolas. Não são gastos de merenda e nela não podem ser incluídos sem violentar as suas finalidades.

GASTOS INVENTADOS E INDEVIDAMENTE ACRESCENTADOS pelo Sr. Olavo Egídio Ozzetti, para conseguir os objetivos solicitados pela Prefeitura. Estas despesas não ocorreram, em 2004. As que ocorreram foram contabilizadas na Seção e globalizadas nos valores acima registrados.
Material de limpeza e utensílios R$ 42.240,00
Reposição de equipamentos R$ 94.840,90
Gás, uniformes, dedetização,material de escritório R$ 107.989,61
Mão de obra da merenda R$ 2.007.218,87
Gastos totais com veículos ano R$ 23.375,00


GASTOS TOTAIS/ ANO 2004 (Valores reais da Seção + valores inventados e indevidamente acrescentados) R$ 3.893.431,17

A seguir o hábil estatístico inventa:
Ausências de alunos à escola 12,22%
Abstinência(alunos que não comem merenda na escola) 45,53%
Sobra limpa 13,72%
Repetição 34,36%
Resto ingesta (sobras jogadas no lixo) 5,94%
Após todos esses dados inventados e um complicado sistema de somas e restas chega a conclusão que a merenda, em 2004, teve um custo unitário de R$ l,59(um real e cinqüenta e nove centavos). Isso para os alunos que permanecem na escola cinco horas diárias e R$ 4,77 (quatro reais e setenta e sete centavos) a unidade de merenda/dia para as creches.
Conseqüentemente terceirizar a merenda por R$ 1,37 (um real e trinta e sete centavos) é mais barato em R$ 0,22 (vinte e dois centavos) que a merenda de 2004,inventada pelo Sr. Olavo Egídio Ozzetti.
Cabe repetir que, esse Senhor, que se apresenta como Prof., Eng, e Estatístico, não fez quaisquer levantamento de dados sobre merenda, alunos que não se alimentavam, alunos repetentes de merenda, faltas à aula, sobras, sistema de distribuição, não conversou com os responsáveis pela seção de merenda e num arroubo de “Pitonisa de Delfos” sentencia os custos da merenda que não houve. Teve até a coragem de sentenciar, sem ter visto e analisado um único cardápio, que este não tinha o poder nutritivo exigido por lei e que a futura terceirização resolveria esse e outros problemas. Esclarecemos, ao eventual leitor, que o valor nutritivo do cardápio era o dobro do exigido, como atestado pelo Conselho Paulista de Nutricionistas.
As fraudes, desonestidades, dados inventados, inverdades, conclusões sem apoio na realidade vivida em 2004, são de tais proporções que transformam, o relatório, em ridículo. Ninguém tem o direito de chamar “auditoria” ao relatório apresentado pelo Sr. Olavo Egídio Ozzetti. Do início ao fim foi elaborada uma fraude para tentar justificar o
injustificável.

SOLICITAÇÃO AO SR PREFEITO
Quando o Sr. Prefeito afirma em discurso, aos conselheiros do CME e do CAE : “NÃO SERIA LOUCO DE VIR AQUI ENGANAR GENTE BEM INTENCIONADA”, ou está confessando que não conhece as fraudes do relatório por ele contratado e por seus assessores orientado, desconhece tudo que aconteceu, em 2004, os processos desenvolvidos pela Seção de Merenda e os êxitos conquistados ou, aqueles que conhecemos o RELATÓRIO, a pessoa que o elaborou, vivenciamos a realidade, em 2004, e estamos bem informados, seremos obrigados a concluir que naquela reunião nem todos eram bem intencionados.
Seja como for, acreditamos não faltar ao respeito, devido ao Sr. Prefeito, se dele e de seus secretários e assessores solicitarmos respeito ao passado, à história, às pessoas honestas que sempre cumpriram seus deveres e prestaram serviços de qualidade por muito tempo e por outros tantos reconhecidos. Ofende a majestade de seu cargo e a cidadania, aquela autoridade que, apóia seus atos administrativos em frades, relatórios desonestos, laudos inverídicos e comentários infundados. O processo administrativo, para ser sensato, deve passar longe da bravata, do conflito, da ameaça e da opressão.
Por último posso informar, ao Sr. Prefeito e a toda sua equipe da Secretaria de Educação, que, com os valores propostos para a terceirização da merenda, a empresa poderá fornecer lombo, filé mignon, caviar, iguarias sofisticadas, outros produtos de qualidade e ter um lucro de cinqüenta por cento. Não o fazendo alguma coisa estará errada. Os cofres municipais suportarão essa festa por muito tempo? Sobrarão recursos para investimentos?