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segunda-feira, maio 29, 2006

Coisa de louco!


Ubatuba fez com que o "Ciclista Maluco" se sentisse em casa

“Ciclista Maluco” passa por Ubatuba e elogia ciclofaixas

O ciclista Janilton Ferreira, mais conhecido como “ciclista maluco”, passou por Ubatuba juntamente com seu companheiro de viagem, Maurílio dos Santos Paiva, na última quinta-feira, dia 25. De sua cidade natal, Itajaí, Santa Catarina, os ciclistas pretendem percorrer 27 capitais brasileiras, sendo que 18 delas já foram visitadas. Depois disso, eles seguirão para Bolívia, Peru e Venezuela, pretendendo completar a viagem em 19 meses.
Rebeca, a bicicleta simples de Janilton, carrega seis quilos de fotos, algumas mudas de roupas, peças de bicicletas, uma desbotada bandeira do Brasil e incontáveis quilômetros de histórias. O “ciclista maluco” viaja desde 1987. Durante esse tempo, ele já conheceu mais de 300 cidades e tirou fotos com personalidades da política, dos esportes, da música e da televisão, tais como: presidente Lula, Gilberto Gil, Elba Ramalho, Luciano Huck, Marcos Frota, Shelda, Bussunda e muitos outros.
A última viagem do “Ciclista Maluco” foi de Itajaí a Fortaleza, 11 mil km ao todo, com sua esposa, Francisca Gomes Ferreira, de 47 anos. Sem patrocínios, os viajantes contam com os próprios recursos e com contribuições das cidades por onde passam. Dormem em ginásios de esportes e em abrigos dos bombeiros. Apesar do pouco dinheiro, as dificuldades de Janilton, muitas vezes, são outras, como no caminho para Fortaleza, quando ele e a mulher enfrentaram 200 km de estrada deserta, sem água. “A sede é difícil de enfrentar. Passar fome até que dá para suportar, mas a sede castiga muito o corpo”. Nessa viagem, nas estradas do Mato Grosso, o desafio serão as onças e cobras. “Vamos dormir em cima das árvores”, debocha o ciclista.
O ciclista elogiou a iniciativa da Prefeitura pela instalação das ciclofaixas. Ele afirma que a prática do ciclismo é muito saudável, além de ser econômica e ecológica.
“Em cidades como Ubatuba, a pessoa pode deixar o carro em casa e ir trabalhar de bicicleta, numa boa. Se tiver ciclofaixas, é muito melhor porque é seguro e organizado”.
Aos 52 anos, Janilton afirma que o segredo de sua persistência é o fato de não beber, nem fumar ou usar drogas. Ele diz que costuma fazer palestras em escolas das cidades por onde passa, incentivando os jovens a trocar as drogas pelo esporte, seja qual for. O ciclista já tirou um câncer do intestino e anda com uma bolsa de colostomia, mas nem isso o faz desistir de correr atrás de seus sonhos sobre as duas rodas de sua “Rebeca”. “Quero um dia chegar aos Estados Unidos e à Alemanha, mas vou de bicicleta mesmo, não pego carona, não. Tem gente que sai de bicicleta e pega carona no caminho. Aí não vale”. PMU

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