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segunda-feira, maio 15, 2006

Guerra civil

Continuação
O motim na cidade também ocorreu por ordem do PCC (Primeiro Comando da Capital) que, desde a última sexta-feira, deflagrou uma série de ataques a bases das policias civil e militar para protestar contra o regime prisional diferenciado para os líderes da facção criminosa.

Corpos retirados

Os corpos dos criminosos mortos só puderam ser retirados da cela do “seguro” às l7h10. Eles foram encaminhados ao IML – Instituto Médico Legal em um rabecão da Polícia e em um veículo da Funerária Paz Litorânea. A polícia não divulgou a identidade dos mortos.
A delegada seccional, Elaine Barbosa, afirmou que isso só será possível na segunda-feira, quando a delegacia poderá localizar o prontuário dos presos e fazer a identificação visual dos mortos.


Rebelião

A rebelião em São Sebastião começou pouco depois do meio-dia e, desde o primeiro momento, o carcereiro André ficou como refém dos presos. Ele só foi libertado às 17h30, quando se encerraram as negociações com os amotinados, coordenadas pelos diretores da cadeia, particularmente pelo delegado Hugo Pereira de Castro. O promotor público Fernando Bourgogne e o juiz da Primeira Vara, Fernando Henrique Pinto, também foram acionados e negociaram com os detentos durante toda a tarde.
Após o término das negociações, o juiz corregedor dos Presídios, Rodrigo Sbruzzi também chegou à cadeia. Os dois magistrados, a partir de segunda-feira, já deverão tomar providências visando a interdição da cadeia de São Sebastião. Inicialmente, as autoridades concordam que não há mesmo mais nenhuma condição de se manter a cadeia de São Sebastião superlotada, depois desta rebelião. É que o interior da cadeia ficou quase que totalmente destruído. Além de colocar fogo nos colchões, os presos arrancaram as grades de todas as celas.
É consenso entre os policiais que a cadeia ficou vulnerável após o motim e, para evitar fugas durante a noite de domingo e madrugada de segunda-feira, foi solicitado apoio da Polícia Militar na vigilância do prédio. Durante a tarde de domingo, dezenas de curiosos, entre eles familiares de presos, permaneceram nas ruas próximas à cadeia atentos a ação policial. Por volta das 17 horas, alguns ensaiaram um protesto por causa da falta de notícias sobre a situação dentro da cadeia. Para evitar maiores transtornos, um pouco antes, às l6h45, o juiz Fernando Pinto, solicitou apoio de viaturas da Polícia Militar. Três delas chegaram ao local cerca de 40 minutos após a solicitação do magistrado.

Negociação

Durante toda a negociação com o delegado Hugo Pereira de Castro, os detentos faziam questão de afirmar que o motim era “em solidariedade” aos chefões do PCC detidos no interior do Estado. Com a chegada do juiz Fernando Henrique Pinto, os presos reclamaram também da precária situação carcerária da cadeia, que tem capacidade para 60 detentos mas está com quase 200 presos.

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