Continuação
Como a notícia da reunião vazou, o ministro Marcio Thomaz Bastos reconheceu que sim, encontrou-se com Daniel Dantas. Dizem até que houve uma negociação, do tipo “o governo não manda a Polícia Federal investigar o banqueiro” e “o banqueiro não vaza mais informações sobre o governo”.
Muito esquisito. O ministro diz que não, que o banqueiro foi apenas entregar-lhe uma carta. Mais esquisito ainda.
Ou as denúncias da revista Veja são verdadeiras, e aí não se pode prometer que a Polícia Federal não vai investigar, ou bem tudo não passa de uma grande bobagem, e o ministro não tem por que se encontrar com o banqueiro na calada da noite.
Se o ministro Marcio Thomaz Bastos não vê nada demais em se encontrar com alguém que parece ter dito que ele, ministro, tem contas em paraísos fiscais, além do presidente da República e de companheiros de alto coturno, por que cargas d’água o ministro não recebeu Daniel Dantas no seu gabinete no Ministério da Justiça, e em horário de expediente?
É assim que autoridades recebem pessoas, quando tudo é muito normal, como alega o ministro.
Ninguém está duvidando das boas intenções de Marcio Thomaz Bastos. Mas ele já foi se encontrar com o ex-ministro Antonio Palocci, na casa do então ministro da Fazenda, num encontro também prá lá de esquisito.
Marcio Thomaz Bastos é homem de biografia sólida. Mas esta biografia, que era um exemplo, não pode servir de álibi, para que o ministro mantenha encontros republicanos e, quem sabe, não republicanos, com personagens no mínimo polêmicos.
Ao que consta, é para isso que servem as lindas instalações do Ministério da Justiça, em Brasília."
Voltar